segunda-feira, 24 de junho de 2013

  

 II MARCHA DAS VADIAS DE MARINGÁ: PELO  DIREITO AO PRÓPRIO CORPO !


   Neste ano temos muitas questões efervescentes sobre os direitos das mulheres, tanto no aumento das reivindicações quanto no processo de retrocesso que as pautas feministas vêm sofrendo paralelamente à grande invasão da política pelos fundamentalismos religiosos misóginos, homofóbicos e à reação de outros setores conservadores altamente machistas da sociedade brasileira . É no sentido de conscientizar, denunciar e combater a mentalidade machista presente tanto nos órgãos governamentais como na sociedade civil e no cotidiano da população que este ano Maringá marchará novamente contra o machismo!
   A Marcha das Vadias vai acontecer pela segunda vez em Maringá não só para denunciar as várias violências contra as mulheres, mas sobretudo para desnaturalizar e questionar as diversas formas de manifestação dessas violências: as diferenças que nos colocam como subjugadas a homens ou instituições de histórico masculinista dependente ou independentemente das classes sociais a que pertencemos; As violências moral e psicológica que fragilizam, limitam, amedrontam e adestram as mulheres; A violência simbólica dos padrões de beleza que ignoram as particularidades das mulheres e querem uniformizá-las de acordo com o mercado econômico da moda, das intervenções cirúrgicas e que as nega o direito de envelhecer; Da mídia que está sempre produzindo e reproduzindo esses padrões de beleza, vendendo pela imagem e pelas piadas os corpos das mulheres como se eles sempre estivessem a serviço do sexo e principalmente a serviço dos homens e somente as mulheres consideradas “bonitas” devessem ser respeitadas; A violência contra os direitos trabalhistas dos serviços domésticos, a cultura de não cooperação masculina nos cuidados com filhxs; Violência da configuração patriarcal de família; A violência da humilhação infinita dxs profissionais do sexo como se merecessem ser vítimas de violências apenas por oferecerem serviços a um mercado masculino que acredita que deva dispensar a elxs toda a sua cultura de violência e má-educação sexual; A violência obstétrica, dentre outras.
   Essa é uma marcha por respeito às mulheres e pela liberdade das mulheres. Em especial pela liberdade de fazermos uso do nosso corpo segundo nossas próprias decisões, uma liberdade que está retida não só nas mãos do machismo do senso comum, como também nas mãos do machismo das autoridades políticas, dxs profissionais despreparadxs das delegacias da mulher, das secretarias da mulher, das prefeituras, dos hospitais, dxs magistradxs, dxs professorxs e de todas as instituições em que o debate sobre a efetiva igualdade de gênero ainda não chegou, com o argumento tapado de que já temos o nosso espaço social e que o que reivindicamos é frívolo ou uma outra forma de desigualdade em que queremos sobressair às figuras masculinas. Viemos relembrar: Meu corpo é meu! 

   Gostaríamos que essa frase fosse redundante, mas a autopropriedade nos é negada tanto por essas diversas formas de violência, quanto quando as religiões ou Estado se autorizam a decidir quando e sob quais condições as mulheres devem dar à luz a crianças; Quando alguns políticos conservadores querem fazer uso do Estado para priorizar os direitos do feto em detrimento dos direitos da gestante, obrigar a mulher a ter vínculos com o estuprador que causou sua gravidez e criminalizar suas decisões sobre seu próprio corpo neste (Leia aqui o projeto de Lei do Estatuto do Nascituro na íntegra!) ou em outros casos; Quando as religiões sacralizam um feto e endemonizam a gestante que escolhe, por motivos econômicos ou não, não levar a gestação adiante; Quando ambos não garantem às mulheres sequer o direito de escolha. Meu corpo deve ser meu, e deve sê-lo de uma forma revolucionária, porque [historicamente] nunca foi!
   Nosso corpo nos é negado também quando nos negam a liberdade não só de fazer sexo com quem quisermos, mas apenas quando quisermos, sem que seja pra fins procriativos, assim como desde sempre fazem os homens. As mulheres podem gostar de sexo, sentir prazer com sexo e escolher então quem lhes permita senti-lo, seja com homem ou mulher, seja consigo mesma ou seja também com ninguém, quando e se assim preferir! Nossa sexualidade não deve ser motivo para que nos desrespeitem e não diz respeito a ninguém além de nós mesmas! 
   Viemos propor não somente uma reinterpretação do termo “vadia”, mas também uma revisão das políticas de igualdade de direitos entre homens e mulheres, propor a mudança na forma de entender os feminismos, para repensarmos nossas reais condições sociais. O nosso direito ao próprio corpo também nos é negado por todas as pessoas que rejeitam de pronto todos os feminismos ao argumentarem que eles beneficiam apenas as mulheres. Nos é negado por todas as pessoas que justificam agressões, mortes e estupros de mulheres e que ignoram quantas violências sofremos pelo simples fato de sermos mulheres. 
   A nossa autopropriedade também nos escapa quando precisamos cuidar de nossas vestimentas para que outras pessoas não se apropriem violenta e forçosamente do nosso corpo, quando consideram que qualquer forma de exposição do nosso  próprio corpo põe à prova tanto nosso autorrespeito, como nosso valor como seres humanos que somos, nosso intelecto, nossa liberdade de ir e vir e nossa liberdade de escolha. É também nosso direito o de reivindicar nosso próprio corpo da forma que melhor expresse nossa indignação! Se isso choca, ficam ainda mais evidentes o conservadorismo e o pudor da sociedade com relação ao exercício da sexualidade das mulheres bem como de sua liberdade e igualdade diante dos homens! 
   
   A II Marcha das Vadias de Maringá pode ser também a festa da liberdade de 
gênero, ser o escândalo de homens e mulheres quererem uma igualdade efetiva e entenderem o quanto ainda falta para as mulheres serem entendidas e respeitadas em sua igualdade. Deve ser uma oportunidade de reivindicarmos nossa demandas diante das mentalidades que coisificam os corpos e que dessa forma os mantém como propriedade patriarcal, marital, religiosa ou estatal.

 Nem Estado, nem religião e nem marido: NOSSO CORPO NOS PERTENCE!

 


PELA NÃO APROVAÇÃO DO ESTATUTO DO NASCITURO!


PELO FIM DAS VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES!


QUANDO UMA MULHER AVANÇA, NENHUM HOMEM RETROCEDE!



quarta-feira, 12 de junho de 2013

A luta continua!



No dia 10 de junho de 2012 Maringá contou com a 1º Marcha das Vadias, no qual centenas de mulheres e homens foram às ruas monid@s de cartazes, palavras de ordem e muita indignação com a situação na qual as mulheres são tratadas/vistas no Brasil e no mundo.

A luta não acabou! 
Temos consciência que nas últimas quatro décadas os movimentos feministas travaram muitas lutas e alcançaram muitas vitórias. Só que o machismo continua vigente, o patriarcado continua sendo um padrão na sociedade atual e infelizmente essa situação tem feito milhares de vítimas. A taxa de mulheres estupradas tem aumentado, as Políticas Públicas voltadas para as mulheres não promovem campanhas contra o machismo; a violência contra a mulher é uma realidade e na maioria das vezes é colocada de lado pelas autoridades, não é visto como um problema social e a efetividade da Lei Maria da Penha é praticamente inexistente.
Sem contar o fato das mulheres não terem direito de decidir o que fazer com o SEU próprio corpo, não possuirem o direito ao aborto livre e seguro!

Tendo em vistas esses aspectos dentre outros, no dia 03 de agosto de 2013 será realizado em Maringá a 2º Marcha das Vadias, a qual continuará a reivindicar a liberdade, a autonomia, o RESPEITO a todas as mulheres, sejam elas brancas, negras, heterossexuais, lésbicas... - e o fim de toda e qualquer OPRESSÃO que colocas as mulheres em posição de subalternas na sociedade.

Entre os dias 17 a 26 de julho acontecerá diversas discussões, oficinas, exibição de filmes como atividades integrantes da Marcha das Vadias.
Os detalhes das mesas de discussões, oficinas e etc serão divulgados nesse blog.

Não esqueça, no dia 03 de agosto Maringá irá marchar contra o machismo, preconceito e a opressão!
Vem pra luta, que a luta cresce.